Áudio Transcrito

Oi, gente, meu nome é Cafi, é Cafi igual café, só que com I. Eu sou o irresponsável pelo espetáculo Carlos Filipe em Apuros, e eu fiquei muito feliz quando eu recebi essa provocação do Farofa para falar sobre o processo de criação e de andamento do espetáculo.  

E eu fico pensando que o meu espetáculo é um espetáculo de rua, é um espetáculo de circo de rua e que tem muita palhaçaria, e eu acho que os espetáculos de palhaçaria, eles estão sempre em processo. O processo, ele é realmente infinito, porque a cada apresentação a gente descobre, redescobre coisas que já foram feitas ou que, enfim, são inéditas, que talvez aconteçam só naquela apresentação também, porque é um espetáculo baseado na verdade, na relação com o público e com o espaço onde ele é apresentado. E isso muda tudo o tempo inteiro, está sempre em transformação.  

Então, por isso que me encanta tanto escolher esse formato e essa plataforma, né, da rua. Eu costumo dizer que na hora que eu passo o chapéu no espetáculo, nas apresentações em que eu passo o chapéu, que o circo, para mim, na verdade é uma…  É uma grande desculpa para promover esse tipo de encontro com as pessoas no lugar público e passando o chapéu.   
E para além disso, eu acredito realmente no que meu conterrâneo Milton Nascimento diz na música (e eu fico feliz de dizer isso há bastante tempo, não só agora que ele foi tão injustiçado no Grammy) é que todo artista atendia onde o povo está e eu realmente não troco a rua, e esses encontros com pessoas tão diversas e em locais tão diferentes. Eu não troco isso por nada. É isso, viva Farofa, vamos!