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GLAUCO LAVA-PÉS

DUDU MELO PIGMENTAR COMPANHIA

18/03 > 19H
19/03 > 15H

GALPÃO CARLOS MIRANDA || FUNARTE SP
Alameda Nothmann, 1058 - Campos Elíseos
40min
PERFORMACE
Gratuito

GLAUCO LAVA-PÉS_DUDU MELO PIGMENTAR COMPANHIA_edited.jpg
GLAUCO-LAVA-PÉSDUDU MELO PIGMENTAR COMPANHIA
00:00 / 04:55

PESSOAS ENVOLVIDAS NO PROCESSO:

Dudu Melo

Júnior Dias

  • Instagram

Áudio Transcrito

A minha pesquisa começou em 2018, com mais outros 2 artistas pra gente criar o espetáculo Glauco, ficamos 6 meses em sala de ensaio e fizemos um ano de temporada entre BH e estreamos na Unibes Cultural, em São Paulo. É, era um espetáculo com 2 atores em cenas, mas com a pandemia e outras questões, o espetáculo foi interrompido.  

E o espetáculo para mim é importante porque eu sou um homem maduro, chegando aos 60 anos, sou uma pessoa com deficiência visual, sou LGBTQIA+ e o Glauco Matoso, idem. E eu queria desmistificar a pessoa com deficiência como uma coitadinha, um assexuado, uma pessoa que não tem desejos e também não tem raiva, não tem destemperos e também não tem revoltas, então eu queria colocar isso em cena.  
 
Pra não ficar sem o espetáculo “Glauco”, dentro do espetáculo a gente tinha uma cena de lava-pés onde eu lavava o pé do outro ator e ele lavava meus pés falando poemas, então eu resolvi criar um apêndice, tirei essa cena, e comecei a ensaiar na minha casa mesmo, que existe um espaço aqui que dá pra fazer um ensaio pequeno de lavar os pés. A intenção talvez fosse ser um espetáculo pra uma pessoa só. A pessoa viria e eu falaria vários poemas lavando pés dessa pessoa, algo nesse sentido. Só que a gente vai exercitando.  

E eu fui convidando algumas pessoas, amigas, artistas, pra virem assistir. Para viver a experiência comigo. E a gente foi vendo e eu fui sentindo que para uma pessoa era muito pouco, e ai veio a ideia de ampliar. E como é um ritual, veio os pensamentos sobre os rituais, né? Os 12 apóstolos, os 12 signos, sempre o 12, é um número muito forte. Então eu comecei nesse processo de experimentar com mais pessoas, com 12 pessoas. Às vezes não 12 pessoas, mas 12 cadeiras e algumas pessoas.  
Comecei a me experimentar em pé, no chão, deitado, passando pelas pessoas, experimentando os poemas. E isso é um processo que ainda está em curso, que em São Paulo a gente vai continuar desenvolvendo isso.  
 
Selecionei poemas que criam 11 momentos de histórias. Primeiro eu falo da cegueira, falo do amor, do desamor, do sexo em si, e termino mostrando quem é esse poeta. Tem 11 certas sequências de poemas e é dessa maneira experimentando esse Glauco Lava-Pés...  
 
Eu já apresentei 3 ou 4 vezes e nenhuma das vezes foi igual, porque eu vou criando, eu vou experimentando o público e a cena ao vivo! Tenho um pouco de dificuldade de fazer os ensaios, porque muitas vezes eu não tenho as pessoas pra ensaiar, então eu tenho que imaginar as pessoas e os pés delas.  
 
Outra curiosidade é que no início eu pensava que seria uma cena, uma performance, um espetáculo, só pra 12 pessoas, sem plateia. Eu mantive as 12 pessoas. Mas eu vi a necessidade de criar a plateia por vários motivos, um, que o voyeur também é uma forma de expressar a sexualidade. Então 12 pessoas participam diretamente e outros são voyeurs que ficam assistindo. Caso queiram, voltem pra participar do ritual diretamente, né?  

Também porque sempre chegava mais gente, pedia pra ver e isso também foi um experimento. Era fechado pra 12, é pra 12 na roda, e é uma plateia mais ampla, que pode assistir frontalmente.  
 
Apesar também a plateia tem algumas dificuldades de assistir. Eu acho isso provocativo, porque como eu não fico preocupado em estar de costas pra essa plateia, em alguns momentos eu estou de frente, em alguns momentos eu estou de costas, ou eu estou de lado, eu estou debaixo dos pés e por ai vai. Então o ver e não ver para a plateia também é forte, às vezes eles querem ver, mas não conseguem porque a posição dificulta e eu acho que isso é um belo incômodo. E é isso por ora... 

Bio:

Dudu Melo ator mineiro,pessoa com deficiência visual.
Iniciou nas artes aos 50 anos,cursou teatro no galpão cine horto.
Fundou a pigmentar companhia em 2018, com o objetivo de reunir artistas diversos, em torno de temas que estão a margem da sociedade, lgbtqia+,negritude, pcd e 60+. Criou as peças: Glauco, cabra-cega, Tesourinha,O menino do olho que vê,Eu vi uma flor no deserto. 
Admirador da obra do poeta paulistano Glauco Mattoso,atualmente desenvolve a peça ritual Glauco lava pés, que propõe uma experiência sensorial.

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