Àudio Transcrito

Somos pessoas de gerações diferentes: eu e a Vera na casa dos 6070 e o Júlio na casa dos 20. E a nossa ideia é participar do processo. E aí gera muitas dúvidas, porque nós só fizemos um trabalho juntos, no Mirada.  

A gente não se coloca como ator, nós somos bem iniciantes, né? Bem bem ali no comecinho, mas com muita vontade. E aí parte muita... vem muita ansiedade, porque tem hora que a gente não sabe se se isso é processo, é o que é processo, o que é teatro, o que é cena, o que é preparação de uma de uma cena…  
E aí nós trocamos muitas ideias. Por exemplo, a Vera entende muito de ervas, então a gente começa falando um pouco sobre as ervas. A gente gosta de de dançar, eu gosto de dançar. O Júlio é percursionista dos bons e a gente vai conversando e tentando construir. 
 
Mas a gente tem muita dificuldade pra amarrar uma cena na outra, fazer as ligações. A gente conta muito com a ajuda das pessoas que já são mesmo da área e que manjam muito. E eles têm muita paciência com a gente, ficam é procurando dar dicas. 
 
A gente às vezes não sabe separar o que é teatro do que é, enfim, às vezes as coisas que a gente faz, né? O nome que a gente escolheu foi Sankofa-zendo, porque a gente sente a importância de olhar para trás, a importância dos nossos ancestrais. E aí, olhando para frente pra dar sequência na caminhada.  
 
Então esse nome, Sankofa-zendo, porque é isso, é o que nós estamos fazendo. A gente discute muito sobre é as religiões em si, o que uma usa, o que a outra fala. Falamos muito de espiritualidade e sobre os nossos orixás. 
 
Nós gostamos de religião de matriz africana, mas não apenas é as religiões de matriz africana. A Vera traz… uma das nossas companheiras, traz bastante experiência nessa parte religiosa. O Júlio conhece muito bem as histórias, né, os Itãs.  
 
E a gente vai construindo a nossa fala, a nossa conversa, o nosso texto baseado nessas nossas é experiências.