Áudio Transcrito

Oi pessoal, Hilton Cobra aqui falando sobre o processo da Carcaça das Emas, escrito por Luiz Marfuz, que também foi o autor do Traga-Me A Cabeça de Lima Barreto, dirigido por Onisajé, que também foi diretora do Traga-Me A Cabeça de Lima Barreto, eu gosto de manter uma equipe em um trabalho, em vários trabalhos.  

Muito que bem, eu como ator, eu como artista, gostaria muito, muito, muito de discutir esse tema em um espaço de museu, quero dizer que essa peça, esse monólogo, essa personagem está em uma rua, ela está em uma encruzilhada, vendo pássaros quando é abordado pela polícia que o espanca como sempre, como todos nós sabemos. Essa personagem que consegue salvar sua vida, ela agora vai traçar as questões raciais, pegando muitos aspectos da cultura de matriz eurocêntrica, a arte, a arte, fundamentalmente, e todo o espaço, todo o visagismo, todo o vestuário disso é ele dentro da cultura contemporânea de matriz africana, eu queria fazer esse diálogo entre essas duas artes, arte de matriz africana e arte de matriz eurocêntrica.  

A performance terá um papel fundamental, só microcenas e eu queria muito poder fazer cada microcena, eu queria poder fazer um tipo de interpretação, um tipo de corpo e voz para cada microcena dessa, vamos ver se a gente consegue, nós vamos começar a trabalhar isso ali em agosto e evidentemente esse bate-papo nosso vai ser importantíssimo pra mim.  

Quero dizer o seguinte, embora seja uma personagem brasileira, eu estou muito, mas muito apaixonado pelo Basquiat, queria muito estudar o Basquiat, como eu queria muito estudar o Baldwin, eu acho que eu vou aproveitar sim, enquanto eu atuo, enquanto meu processo, vou aproveitar essas duas personalidades, essas duas personagens, esses dois homens grandes da arte negra contemporânea, para poder me alimentar, para desenvolver esse trabalho. Beijo no coração. 

Bio:

HILTON COBRA Ator e fundador da Cia dos Comuns. Atuou em espetáculos dirigidos por Nehle Franke, Márcio Meirelles, Ulisses Cruz, Werner Herzog e Luiz Marfuz. Na televisão participou de: Chico Anysio, O Sorriso do Lagarto, Perigosas Peruas, Os Trapalhões, O Poder da Arte da Palavra, O Rei do Gado, Vila Madalena, Zorra Total e O Compadre de Ogum. Ainda como ator, no audio visual, participou do clipe "Bluesman", do rapper Baco Exu do Blues, que venceu o grande prêmio da categoria Entertainment for Music do festival Cannes Lions, principal láurea de um dos mais importantes eventos do mercado publicitário mundial, das séries “Fim de comédia” NETFLIX, dirigido por Jessica Queiroz, “Amar é para os fortes” AMAZON, dirigido por Katia Lung e Yasmin Thayná e “Vicky e a Musa”  GLOBOPLAY, dirigido por Marcos Figueiredo e nos filmes “Medida provisória”, dirigido por Lázaro Ramos  e “A Matriarca” dirigido por Lula Oliveira. No teatro e no cinema recebeu prêmios e indicações, a exemplo do Prêmio de melhor ator no Festival Nacional de Cinema de Brasília/2008, por sua atuação em Cães e melhor ator no 9º PRÊMIO OLHARES DA CENA-2018/Porto Alegre e 10 melhores atores do ano, pelo Blog do Arcanjo-2018/São Paulo por sua atuação no monólogo “Traga-me a cabeça de Lima Barreto!”.  Na Cia dos Comuns produziu espetáculos: A roda do mundo, Bakulo, os bem-lembrados, Candaces, a reconstrução do Fogo e produziu e dirigiu Silêncio. Idealizou e realizou a mostra Olanadé- A cena negra brasileira e o Fórum Nacional de Performance Negra. Como gestor público foi diretor do Centro Cultural José Bonifácio e presidente da Fundação Palmares/MINC. Está há seis anos em cartaz com o monólogo teatral “Traga-me a cabeça de Lima Barreto!” dirigido por Onisajé (Fernanda Julia). Atualmente compõe o elenco da novela “Fuzuê”, vivendo o belo personagem “CATA OURO”.